Ansiedade

Você sabia que a ansiedade é a queixa mais comum nos consultórios psicológicos e psiquiátricos no Brasil?

De acordo com o último mapeamento global de transtornos mentais, publicado em 2022 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a população brasileira apresenta a maior prevalência de transtornos de ansiedade no mundo! Aproximadamente, 9,3% das pessoas do país sofrem com o problema, caracterizado por preocupações intensas, sentimentos de medo e nervosismo excessivos e persistentes diante à antecipação de possível ameaça futura, acompanhados de sensações físicas igualmente desagradáveis, como aperto no peito, palpitação, sudorese excessiva, falta de ar, náusea, cólicas, tonturas, tremores e formigamentos.

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Mesmo com essa definição, é importante lembrar que a ansiedade pode se manifestar de diferentes maneiras e intensidades, afetando cada um de maneira singular. Portanto, não existe uma fórmula de tratamento universal que se aplique a todos os casos, pois cada pessoa é única.

A ansiedade não é algo que está “errado” com você, mas, sim, um conjunto de respostas fisiológicas desencadeadas por estímulos aversivos presentes em seu ambiente ou à sinalização de possíveis ameaças futuras. Esses estímulos desencadeiam reações fisiológicas e respostas de fuga e esquiva, que têm função de eliminar, evitar ou postergar esses estímulos e reduzir as reações fisiológicas, o que, consequentemente, produz alívio.

É de se esperar que, ao sermos bem-sucedidos(as) em evitar ou fugir desses estímulos, as respostas de fuga e esquiva se tornem mais frequentes e pareçam a melhor estratégia para lidar com a ansiedade. Apesar dessas respostas terem uma função importante para a nossa sobrevivência, que é a de nos proteger e evitar possíveis danos, como se nosso organismo buscasse nos afastar do que nos causa desconforto para nos manter em segurança (afinal, quem não quer se livrar dele, não é mesmo?), essa estratégia pode ter algumas consequências limitantes, prejudicando nossa qualidade de vida e restringindo nossas experiências.

Consequentemente, algumas pessoas passam a sofrer prejuízos em vários âmbitos, sejam na área acadêmica, social, afetiva ou profissional. Talvez você já tenha se sentido tentado(a) a faltar a uma apresentação de trabalho na faculdade ou a evitar uma reunião importante por medo da reação dos outros.

Não pense que a ansiedade se manifesta apenas em situações negativas. Muitas vezes, ela surge quando esperamos por algo positivo cuja consequência não é imediata, como uma viagem especial ou um presente que queremos muito.

Além disso, nossa história de vida desempenha um papel crucial no desenvolvimento de padrões de comportamento ansioso. Aprender a identificar esses padrões e entender como certos estímulos e situações se tornaram aversivos é fundamental para lidarmos com a ansiedade.

É importante ressaltar que a sociedade contemporânea, em sua busca por soluções rápidas e pela praticidade, também pode contribuir para a ansiedade. O constante uso de tecnologias de comunicação, por exemplo, pode criar expectativas de resposta imediata e uma sensação de estarmos sempre “ligados(as)”.

Na terapia comportamental, estarei ao seu lado para ajudar a identificar os eventos que desencadeiam sua ansiedade e entender como sua história de vida a influencia. Vamos trabalhar juntos(as) para desenvolver estratégias que ampliem seu repertório comportamental, indo além das respostas de fuga e esquiva. Também utilizaremos técnicas eficazes de relaxamento e treinamento de respiração para aliviar as respostas fisiológicas e, se necessário, aliviaremos o uso de opções medicamentosas, em conjunto com um(a) psiquiatra, que complementem o tratamento.

Meu objetivo é estar ao seu lado, oferecendo todo o suporte e orientação, para que você possa aprender a lidar com a ansiedade de forma mais leve, alcançando maior bem-estar e qualidade de vida.

REFERÊNCIAS

  • American Psychiatric Association. (2023). Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5-TR (5ª ed. rev.). Artmed.
  • Coêlho, N. L., & Tourinho, E. Z. (2008). O conceito de ansiedade na análise do comportamento. Psicologia: Reflexão E Crítica, 21(2), 171–178. https://doi.org/10.1590/S0102-79722008000200002
  • Skinner, B. F. (2003). Ciência e comportamento humano (11ª ed.). Martins Fontes. (Obra original publicada em 1953).
  • World Health Organization. (2022). World mental health report: Transforming mental health for all. https://www.who.int/publications/i/item/9789240049338